O Lapf foi criado em 2008 no âmbito do Departamento de Educação da PUC-Rio, tendo sido registrado no diretório do CNPq entre 2009 e 2011. Seu objetivo foi a promoção da análise dos processos de agenciamento de identidades, memórias e territórios coletivos, em sua relação com os processos de produção e transmissão do conhecimento, tanto em suas modalidades escolares quanto não escolares. A partir de 2012, porém, suas atividades regulares foram encerradas. Este espaço permanece disponível como registro desta experiência de pesquisa e como meio para que seus antigos participantes eventualmente possam continuar divulgando e promovendo o tema.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Diretrizes curriculares para a educação escolar quilombola: o caso da Bahia e o contexto nacional


Oliveira, Suely Noronha de; Bonamino, Alicia Maria Catalano de (orientadora); Arruti, José Mauricio Paiva Andion (co-orientador). Diretrizes curriculares para a educação escolar quilombola: o caso da Bahia e o contexto nacional. Rio de Janeiro, 2013. 144p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Pós-graduação em Educação, Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Neste trabalho me proponho a refletir sobre o surgimento de uma nova modalidade de educação, a educação escolar quilombola, no cenário das políticas públicas de educação no Brasil, destacando o debate sobre o tema como uma nova pauta para os movimentos negros e para a luta anti-racista na educação. Mais especificamente, centro-me no estudo sobre a elaboração das diretrizes curriculares para a educação escolar quilombola no estado da Bahia e focalizo as motivações iniciais para construção dessa política estadual, os mediadores envolvidos, os espaços de mediação, o contexto organizativo-político e as demandas sociais relacionadas a esse processo. Durante a pesquisa, realizei entrevistas com lideranças e gestores, recolhi e analisei documentos produzidos em seminários e audiências públicas, das quais participo na condição de observadora desde 2010. O trabalho de campo aconteceu especificamente em Salvador (sede política do estado), e consistiu no acompanhamento e registro do processo de tramitação e de negociação do texto-base da política e das ações coletivas e individuais promovidas pelos envolvidos. A pesquisa construiu uma narrativa temporal analítica do processo de elaboração das diretrizes curriculares para a educação escolar quilombola no estado da Bahia e sua relação com a política nacional, identificando as continuidades e descontinuidades no seu desenvolvimento. Compreender a educação escolar quilombola como categoria recente, ainda em desenvolvimento, e a elaboração de tais diretrizes como aprendizado em processo - tanto para os quilombolas, quanto para os gestores da política – se faz necessário para entendê-la enquanto um campo emergente da educação, o qual ainda tem muito a ser conhecido.

Palavras-chave

Educação escolar, Quilombos, Políticas educacionais, Políticas de diversidade.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Jongo e educação: a construção de uma identidade quilombola a partir de saberes étnico-culturais do corpo

Maroun, Kalyla; Lelis, Isabel; Arruti, José Mauricio. Jongo e educação: a construção de uma identidade quilombola a partir de saberes étnico-culturais do corpo. Rio de Janeiro, 2013. 212p. Tese de Doutorado - Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

RESUMO
Esta pesquisa objetiva trazer uma contribuição para o emergente e alargado campo da chamada educação quilombola a partir de três questões principais que se entrelaçam ao longo do texto. A primeira delas remete a uma descrição minuciosa da relação entre o jongo e o processo de construção e reafirmação identitária na comunidade quilombola de Santa Rita do Bracuí, o que é realizado mediante a apresentação dos principais agentes externos e internos que o influenciaram, bem como as práticas educativas vinculadas a ele. A segunda questão, enquanto um prolongamento da primeira, traz os conceitos de corporalidade, performance e memória corporal para tecer considerações sobre a função do corpo, enquanto produto e produtor de cultura, na reafirmação identitária, uma vez que a prática do jongo pressupõe um saber-fazer corporal específico. Já a terceira delas diz respeito a uma análise sobre o papel que o jongo poderia vir a assumir ao ser incorporado às escolas quilombolas pesquisadas por meio de duas chaves de análise diferenciadas: a educação voltada para a diversidade expressa pela implementação da Lei 10.639/03; a “educação diferenciada” que concebe a escola como a extensão do projeto político da comunidade. O desenvolvimento da pesquisa ocorre na interface da antropologia com a educação e a opção teórico-metodológica utilizada para o desenvolvimento do trabalho de campo foi a etnografia aliada a entrevistas em profundidade. A partir da pesquisa iniciada na comunidade quilombola de Santa Rita do Bracuí, comunidade de resistência jongueira localizada no município de Angra dos Reis (Rio de Janeiro), percebe-se a criação de uma “rede de resgate” do jongo na região Sul Fluminense, em que várias comunidades quilombolas que já não o dançavam, ou mesmo nunca o dançaram, passam a (re) inventá-lo como forma de manifestarem, tanto para os outros como para eles mesmos, a sua adesão ao movimento quilombola e à luta por políticas públicas diferenciadas. Entretanto, cada uma delas ressignifica o jongo a sua maneira, o que ocorre tanto no viés da função social que ele passa a assumir, como também na corporalidade expressa pelas diferentes performances possíveis para ele. A formação diferenciada propiciada pelo jongo o transforma numa ferramenta política entre jovens jongueiros e jongueiros mirins quilombolas, que passam a dançá-lo num formato de apresentação. Como consequência desta formação diferenciada, percebemos um avanço em relação à visibilidade política e ao diálogo com o poder público, inclusive no âmbito da educação. Nesse contexto, uma das demandas dos próprios quilombolas passa a ser a incorporação do jongo pela escola, o que traz subsídios para uma reflexão sobre que educação escolar quilombola seria esta que, apesar de já ser garantida por políticas educacionais específicas, ainda tem muito pouco ou nada de quilombola no campo empírico. 


Palavras chave: jongo; identidade quilombola; corporalidade; comunidade quilombola, educação quilombola; “educação diferenciada”

sábado, 24 de março de 2012

Encerrando um ciclo e começando outro

Prezadas/os companheiras/os listados como "membros" deste blog,

Agradeço o interesse nas atividades do Lapf.
Esta foi uma iniciativa que me deu muito prazer, tanto porque me permitiu conhecer pessoas e fazer amigos, quanto porque nos permitiu construir ricas experiências coletivas de estudo e trabalho.
As aulas, conversas, debates, viagens de campo, eventos acadêmicos e encontros políticos dos quais partilhamos foram muito importantes para minha formação como professor e como estudante, que nunca poderemos deixar de ser.
Este ciclo se encerrou com a minha saída da PUC-Rio, para dar início a outro, agora no Departamento de Antropologia da UNICAMP.
Convido todos a conhecerem e acompanharem os projetos novos que surgem, por meio do novo blog em que tentarei registrar os avanços desta nova etapa: 

Um abraço a todas/os
24/03/2012
jm arruti