O Lapf foi criado em 2008 no âmbito do Departamento de Educação da PUC-Rio, tendo sido registrado no diretório do CNPq entre 2009 e 2011. Seu objetivo foi a promoção da análise dos processos de agenciamento de identidades, memórias e territórios coletivos, em sua relação com os processos de produção e transmissão do conhecimento, tanto em suas modalidades escolares quanto não escolares. A partir de 2012, porém, suas atividades regulares foram encerradas. Este espaço permanece disponível como registro desta experiência de pesquisa e como meio para que seus antigos participantes eventualmente possam continuar divulgando e promovendo o tema.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Definições básicas sobre a proposta do Lapf

O Lapf tem por interesse a diversidade dos processos socioculturais de produção e transmissão de conhecimento e de formação intelectual, identitária e política ligados a eles, assim como à relação destes com os processos de escolarização.

Para isso, privilegiamos o estudo destes processos entre grupos sociais populares, com destaque para as populações tradicionais ou étnicas.

Neste sentido, o Lapf se propõe investigar:
(a) as formas locais e/ou tradicionais de produção e transmissão de conhecimento;
(b) a relação destas formas locais/tradicionais com os diferentes modelos e processos históricos de escolarização;
(c) as demandas, debates e experiências acerca de modelos escolares novos, que respeitem e valorizem a diversidade (rural, étnica, sócio-cultural e de gênero), seus agentes, agências, proposições e embates;


Apontamentos sobre os termos centrais à definição de nossa proposta:
· Aquilo que designamos por “processos de formação” faz referência a três grandes campos de debate e investigação:
(a) da “formação nacional”, que pautou e continua pautando a história do pensamento social brasileiro;
(b) da constituição sócio-histórica dos grupos de identidade e ação política, de que falam a historiografia e a ciência política relativas à formação das classes e às lutas por reconhecimento
(c) dos processos de ensino e aprendizado, abordados pela Pedagogia e pelas Pesquisas em Educação.

· Quando usamos o termo “educação” estamos interessados em três dimensões a que esta categoria faz referência:
(a) do campo profissional, pensado como conjunto de agentes, vocabulário, saberes, práticas e estrutura de relações;
(b) da questão intelectual, fruto do lugar central que a questão educacional ocupa no pensamento social e político brasileiro;
(c) da prática social do ensino e da aprendizagem, pensada enquanto conjunto de experiências e modelos práticos de formação pedagógica, escolares e não-escolares.

· Finalmente, a expressão “políticas de reconhecimento” aponta para o contexto mais amplo do conjunto de políticas sociais (oficiais ou não) que, criticando um viés considerado perverso e discriminatório do liberalismo clássico, busca corrigir ações históricas de desrespeito por meio da promoção das condições de reprodução e mesmo de revigoramento das identidades politicamente minoritárias (raça, gênero, geração, etnia, religião, imigrantes, portadore de necessidades especiais). Isso nos leva a temas como:
(a) a crítica teórica ao individualismo liberal e suas formas político-institucioais, manifestas nos campos da política, do direito e da pedagogia;
(b) as modalidades locais (perspectiva etnográfica) das relações de poder e violência envolvidos na institucionalização e subjetivação de modelos hegemonicos;
(c) as manifestações empíricas das lutas sociais por reconhecimento;


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