O Lapf foi criado em 2008 no âmbito do Departamento de Educação da PUC-Rio, tendo sido registrado no diretório do CNPq entre 2009 e 2011. Seu objetivo foi a promoção da análise dos processos de agenciamento de identidades, memórias e territórios coletivos, em sua relação com os processos de produção e transmissão do conhecimento, tanto em suas modalidades escolares quanto não escolares. A partir de 2012, porém, suas atividades regulares foram encerradas. Este espaço permanece disponível como registro desta experiência de pesquisa e como meio para que seus antigos participantes eventualmente possam continuar divulgando e promovendo o tema.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Educação e Relações de Gênero

Educação e Sociedade : Relações de Gênero na Educação

O processo de redemocratização da sociedade brasileira e a atualização de seus debates sobre desigualdade incorporaram, desde os anos 80, a questão da diversidade. Diferenças culturais, étnicas e de gênero passam a ser percebidas como variáveis importantes na reflexão sobre a sociedade, de uma forma que altera largamente o quadro de referências e de debates existente até então, tanto no pensamento quanto na ação política, quase sempre assentadas nas perspectivas da modernização e da assimilação, ou, por outro lado, da luta de classes. A partir da Constituição de 1988, o tema das políticas públicas de combate às desigualdades sociais incorporou a formulação de políticas com base no reconhecimento da diversidade. Trata-se da incorporação pelo Estado brasileiro da inflexão multiculturalista e da correspondente autocrítica liberal, que reconhece a fratura de alguns de seus pressupostos, em especial o da sua neutralidade sócio-cultural. Admite-se, finalmente, que a suposta ignorância com relação às diferenças é, na verdade, discriminatória, na medida em que, ele mesmo (o liberalismo) não estando fora da cultura, resulta em uma contradição pragmática: um particularismo disfarçado de universalismo. Isso repercute diretamente sobre o campo da educação Na medida mesmo em que a Escola foi e continua sendo uma das principais instituições de formação desta mentalidade. A crítica ao liberalismo e à sua imagética universalista, que produz discursos e práticas de supressão das diferenças implica em uma revisão das tarefas da Escola, das concepções de sujeito e de sociedade implícitos em suas práticas, enfim, em seu projeto de formação.

Motivado por tais questões, imaginamos oferecer por meio da disciplina “Educação e Sociedade” um panorama destas críticas, de forma a abrir uma reflexão sobre o que seria tal novo projeto de formação. Dirigida a alunos de Licenciatura e, portanto, em preparação para se tornarem professores, esta disciplina parece ser o espaço adequado a trabalhar com temas que estão fora dos currículos da pedagogia.
Abaixo seguem indicações bibliográficas sobre o tópico “Educação e Relações de Gênero”, que deverão ser usadas ao longo do nosso curso. São todas retiradas de pesquisa no acervo da Revista Estudos Feministas, a mais prestigiosa publicação na área.
Boa leitura.




Dossie Gênero e Educação
REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS
vol.9 no.2 Florianópolis 2001
(Link para o número do Dossiê)
Atenção: todos os textos estão disponíveis em português

· Gênero e educação
LOURO, GUACIRA LOPES; MEYER, DAGMAR ESTERMANN

· Formal Education, Women, and Gender in Contemporary Brazil
ROSEMBERG, FÚLVIA

· Queer Theory: A Post-Identity Politics for Education
LOURO, GUACIRA LOPES

· Bad boy, good girl?: How teachers evaluate students
CARVALHO, MARÍLIA PINTO DE

· Sexual Orientation at the National Curriculum Parameters
ALTMANN, HELENA

· Media and Woman's Education: A Theoretical Discussion about the Ways to Enunciate the Feminine on Television
FISCHER, ROSA MARIA BUENO
 
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Em outros números da mesma revista


Rev. Estud. Fem. 2002, vol.10, n.2, pp. 283-300.
· Sexualidades, artes visuais e poder: pedagogias visuais do feminino.
LOPONTE, Luciana Gruppelli. 

Rev. Estud. Fem. 2004, vol.12, n.1, pp. 109-129.
· Sexualidade na sala de aula: pedagogias escolares de professoras das séries iniciais do Ensino Fundamental.
RIBEIRO, Paula Regina Costa; SOUZA, Nádia Geisa Silveira de and SOUZA, Diogo Onofre.

Rev. Estud. Fem. 2005, vol.13, n.1, pp. 31-52.
· A produção da maternidade no Programa Bolsa-Escola.
KLEIN, Carin
 
Rev. Estud. Fem. 2007, vol.15, n.2, pp. 333-356.
· Educação sexual e primeira relação sexual: entre expectativas e prescrições.
ALTMANN, Helena.
 
Rev. Estud. Fem. 2008, vol.16, n.3, pp. 743-768.
· Quando raça conta: um estudo de diferenças entre mulheres brancas e negras no acesso e permanência no ensino superior. 
GOIS, João Bôsco Hora
 
Rev. Estud. Fem. 2008, vol.16, n.3, pp. 931-947.
· Ações afirmativas no sistema educacional: trajetórias de jovens negras da universidade de Brasília.
WELLER, Wivian and SILVEIRA, Marly.
 
Rev. Estud. Fem. 2009, vol.17, n.1, pp. 11-30.
· Gênero e cotidiano escolar: dilemas e perspectivas da intervenção escolar na socialização afetivo-sexual dos adolescentes.
ROSISTOLATO, Rodrigo Pereira da Rocha.
 
Rev. Estud. Fem. 2009, vol.17, n.3, pp. 909-920.
· Notas para a interpretação das desigualdades raciais na educação.
VALVERDE, Danielle Oliveira and STOCCO, Lauro.
 
Rev. Estud. Fem. 2010, vol.18, n.1, pp. 101-120.
· O cinema como pedagogia cultural: significações por mulheres idosas.
FERNANDES, Wânia Ribeiro and SIQUEIRA, Vera Helena Ferraz de.




Texto complementar (destinado ao trabalho de curso do G1/2010.2):

Gacira Lopes Louro (2001) "Pedagogias da Sexualidade"