O Lapf foi criado em 2008 no âmbito do Departamento de Educação da PUC-Rio, tendo sido registrado no diretório do CNPq entre 2009 e 2011. Seu objetivo foi a promoção da análise dos processos de agenciamento de identidades, memórias e territórios coletivos, em sua relação com os processos de produção e transmissão do conhecimento, tanto em suas modalidades escolares quanto não escolares. A partir de 2012, porém, suas atividades regulares foram encerradas. Este espaço permanece disponível como registro desta experiência de pesquisa e como meio para que seus antigos participantes eventualmente possam continuar divulgando e promovendo o tema.

sábado, 12 de março de 2011

Professores fazem formação em educação quilombola

Contar a história do negro de uma forma como nunca se ouviu antes, fazendo uma releitura do seu papel na sociedade, devolvendo a sua autoestima e mostrando que muitos de nós temos um pouco de sangue negro é tarefa de mais de 60 professores e diretores da rede municipal de ensino que atuam em áreas quilombolas da zona rural de Caxias, no Maranhão.

Estes profissionais estão participando do Curso de Formação de Professores em Educação Quilombola, que faz parte do Projeto Escola em Ação: Vivendo a Diversidade. Eles estão tendo uma preparação direcionada e diferenciada para atender a estes alunos. O projeto é desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). O curso, em quatro etapas, é coordenado pelos professores Robson Ribeiro, Jesus Andrade, Mercilene Torres, e Sandra Moura.
De acordo com a coordenadora Jesus Andrade, o curso trabalha a questão ético-social nas escolas da rede municipal. A zona urbana já foi trabalhada e agora é a vez de nove escolas da zona rural. A meta até 2012 é trabalhar com todos os professores do município e poder levar a mensagem aos cerca de 32 mil alunos. "Queremos incentivar o professor a ter ciência e valorizar as comunidades remanescentes dos quilombos. Nós temos a necessidade de dar visibilidade à cultura africana, à descendência que nós temos. O povo brasileiro tem identidade e precisa preservar a memória", acredita Jesus.

Segundo a coordenadora Mercilene Torres, com a formação dessa turma serão beneficiadas 800 crianças, em média. “Os professores vão levar para as áreas remanescentes de quilombo o treinamento que nós demos e ao mesmo tempo irão fazer as entrevistas com os moradores, resgatando a cultura local e envolvendo os alunos”, explica. Sua expectativa é que os alunos de todas as escolas envolvidas trabalhem em conjunto e que os professores possam, na próxima etapa, trazer o resultado desse trabalho de pesquisa de campo.

Para o professor Francisco Miranda, que leciona nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º) da Unidade Integrada Municipal Nossa Senhora de Nazaré, no Nazaré do Bruno, este momento está sendo muito positivo e o curso veio reforçar aquilo que ele já vinha trabalhando. “Fiz parte do movimento negro universitário e desenvolvia um trabalho similar a esse nas comunidades remanescentes de quilombolas”, destaca. Francisco salienta ainda, que o curso veio facilitar a didática, com o uso de jogos educativos que ajudam no entendimento sobre a identidade racial.


Luciana Lobão/Assessora Semeduc/Caxias/MA - Do Portal do Professor (MEC) - Edição 45 - Educação Étnico-racial

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