O Lapf foi criado em 2008 no âmbito do Departamento de Educação da PUC-Rio, tendo sido registrado no diretório do CNPq entre 2009 e 2011. Seu objetivo foi a promoção da análise dos processos de agenciamento de identidades, memórias e territórios coletivos, em sua relação com os processos de produção e transmissão do conhecimento, tanto em suas modalidades escolares quanto não escolares. A partir de 2012, porém, suas atividades regulares foram encerradas. Este espaço permanece disponível como registro desta experiência de pesquisa e como meio para que seus antigos participantes eventualmente possam continuar divulgando e promovendo o tema.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Os Usos da Antropologia em Tempos de Multiculturalismo Oficial (RAM 2009)

VII RAM – Reunião de Antropologia do MERCOSUL

Buenos Aires, de 29 de setembro a 02 de outubro de 2009

GT 54 – Os Usos da Antropologia em Tempos de Multiculturalismo Oficial: Dilemas e Desafios do fazer Antropológico em Contextos de Pericias, Projetos de Intervençao e Cargos Técnicos no Estado


José Maurício Arruti

Morita Carrasco

Proposta de trabalho

Os Estados latino-americanos contemporáneos foram marcados, ao longo da última década, pela disseminação de reformas constitucionais e implantação de políticas de reconhecimento da diversidade sócio-cultural. Ao inverter o postulado assimilacionista das décadas anteriores e assumir como matriz das suas políticas e decisões jurídicas o multiculturalismo, tais Estados se obrigam a incorporar novos saberes e mesmo novas gramáticas que, recorrentemente, encontram seu fundamento no campo da Antropologia. Tal reaproximação entre Antropologia e Estado, porém, já não pode ser vista nem como variação do papel da disciplina no empreendimento colonial, nem mais como simples empreendimento militante que, do ponto de vista dos movimentos sociais, realiza a critica do Estado monocultural. Da mesma forma, o seu papel na ampliação da normatividade oficial e mesmo na conformação das políticas educacionais, de saúde, desenvolvimento,além da de a regularização fundiária, não permitem mais interpretar tal relação dentro dos estreitos limites de um debate operacional e metodológico. Este grupo surge da sugestão de que tal relação implica, hoje, em novas tensões, dasfios e dilemas.

Estamos interessados especialmente no que o título do GT faz referéncia, "os usos da Antropologia", pensando-a seja como uma saber, em diálogo, negociação ou confronto com outros; como uma simples perspectiva, que vem alterar percepções e abordagens práticas, ainda que não se apresente explicitamente nelas; como um simples rótulo profissional ou mesmo funcional, manipulado e manipulável em meio des exigencias e imprecisões que marcam as demandas do Estado e dos movimentos sociais; ou ainda como campo académico, cujas regras, hierarquias, orto e hetero-doxias sofrem o impacto dos deslocamentos provocados por sua inserção nas atuais controvérsias públicas acerca do direito a diferença.

Convidamos, portanto, aqueles que possuem experiencias de exercicio da Antropologia em contextos não estritamente académicos (pericias, projetos de intervenção e cargos técnicos no Estado) a reunirem seus relatos e analises neste GT, inspirados pela necessidade de ultrapassar o registro mais convencional de um debate que tem ficado preso as polarizações do ético ou do estritamente pratico ou metodológico.

Palavras-chave:

Teoria Antropológica; Estado, Movimentos Sociais, Direitos, Reflexividade

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